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Todo ser humano é um desdobramento de Deus

Padre Reginaldo Manzotti – publicado em 19/01/21

A necessidade humana de Deus está em nossa natureza, em nossa essência, em nossa matéria; é antropológica, é natural

Nesta semana a Igreja celebra vários santos que admiro e que aprendi a pedir a intercessão. Na quarta-feira, dia 20, celebramos São Sebastião. Já na quinta, é o dia de Santa Inês, a virgem mártir. E no dia 24 de janeiro é celebrado o dia de São Francisco de Sales.

Todos sabem que ler sobre a vida dos santos é um dos meus hobbies preferidos. Gosto de ver que ninguém nasce santo, todos passam por um processo de conversão. O que chama minha atenção é o fato de que Deus sempre nos chama, e de uma forma ou outra, todos nós sentimos Deus.

O ser humano, a natureza humana, tem sede de Deus. Esta é uma verdade que temos que aceitar. Nossa alma tem fome, tem sede de Deus. Nossa natureza humana busca sempre o Seu Criador. Isso não tem relação com as teorias de onde, como ou quando surgiu o ser humano.

Desdobramento de Deus

O fato é que todo ser humano é um desdobramento de Deus. Quando falamos que Deus nos fez à sua imagem e semelhança é o mesmo que dizer que Deus nos fez como parte d’Ele. “Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus” (CIC 41).

Nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus e por mais que alguns não aceitem, nós temos saudades do Criador. Está em nossa natureza, em nossa essência, em nossa matéria. Então quando dizemos “tenho saudades de Deus”, “tenho fome de Deus e eu anseio por Deus” é antropológico, é natural.

O Salmista expressa esse nosso grande anseio: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando voltarei a ver a face de Deus?” (Sl 42,3). Depois da criação ninguém mais viu a face de Deus e o nosso grande anseio é encontrar esta face.

Nossa busca

A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Deus espera pacientemente que o pecador se converta e se volte para Ele. Isso me faz lembrar de um homem em particular: Santo Agostinho. Ele precisou ser forjado com muito custo por Deus para se tornar um homem de fé. Depois de sua experiência com Deus, Santo Agostinho diz que nossa alma foi feita para Deus e não encontraremos a paz enquanto não repousarmos em Deus. Santo Agostinho é o reflexo do anseio de todos nós.

Onde está a resposta da existência humana? Em Deus! Foi isso que Santo Agostinho descobriu. Tanto que chega em um determinado momento de sua vida que ele diz: “Tarde te amei Senhor. Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por ti. Provei-te e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Por Padre Reginaldo Manzotti 

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