Surgida nas águas do rio Paraíba, pescada por três homens humildes e pobres, a imagem negra da Imaculada Conceição tornou-se a certeza de que a Virgem Mãe de Deus jamais abandona nenhum de seus filhos brasileiros.
Bruno Franguelli, SJ – Vatican News
Surgida nas águas do rio Paraíba, pescada por três homens humildes e pobres, a imagem negra da Imaculada Conceição tornou-se a certeza de que a Virgem Mãe de Deus jamais abandona nenhum de seus filhos brasileiros.
Uma história que os brasileiros amam recontar
Em 1717, após a pesca da imagem da Imaculada Conceição, as redes dos três pescadores João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso se encheram de peixes. Era um claro sinal da presença protetora da Mãe de Deus não só para aqueles homens mas para todo o povo do pequeno vilarejo de Guaratinguetá. Assim como aconteceu nas bodas de Caná, Maria não permitiu que aqueles pobres pescadores, oprimidos pelas autoridades, não tivessem nada a oferecer para o banquete que queriam oferecer a dom Pedro de Almeida e Portugal, o conde de Assumar, na época governador da província de São Paulo e Minas Gerais. Deste modo, como no Evangelho, Maria mais uma vez revela seu apreço pelos pequenos. Como reconhecimento desta proteção maternal, começava na pequena vila dos pescadores, com um altar improvisado dentro dos casebres, a devoção à Virgem que mais tarde seria proclamada padroeira da Nação brasileira.
Santuário de Aparecida
A devoção
A devoção à Santa de Aparecida se difundiu rapidamente. O vilarejo dos pescadores em pouco tempo tornou-se uma das cidades mais visitadas do Brasil. Em 1748, apenas 30 anos após a pesca milagrosa, o jesuíta Pe. Francisco da Silveira escrevia a crônica de uma missão realizada no local e dizia:
“Aquela imagem foi moldada em argila, a sua cor é escura, mas famosa por muitos milagres realizados. Muitos afluem de lugares afastados, pedindo ajuda para suas próprias necessidades.”
A construção de uma das maiores Igrejas do mundo tornou-se a casa preferida dos católicos de todo o País e do mundo. Mas, ainda que o povo brasileiro já tivesse elegido Nossa Senhora Aparecida como protetora, foi somente em 1930 que o Papa Pio XI aceitou o pedido dos Bispos brasileiros e assinou o decreto que oficializava Nossa Senhora Aparecida padroeira da Nação.
A Proclamação
Com o anúncio da proclamação, as festividades da celebração solene foram preparadas na então capital brasileira, o Rio de Janeiro. A data escolhida para a proclamação oficial foi o dia 31 de maio de 1931. A celebração reuniu cerca de um milhão de pessoas e contou com a presença da imagem original de Aparecida, que pela primeira vez deixava o Santuário. Durante a Missa Solene, Dom Sebastião Leme leu a declaração do Papa e, assim, o povo brasileiro tinha oficialmente a sua padroeira.
Nossa Senhora Aparecida e o Papa Francisco
O Papa Francisco visitou várias vezes o Santuário de Aparecida, ainda que como Papa tenha estado somente uma vez. Francisco sempre demonstrou um carinho especial pela mãe negra dos brasileiros. Em sua memorável homilia em 2013, o Papa deixou estas belíssimas palavras que reassumem o que significa para o Brasil ter Nossa Senhora Aparecida como sua padroeira:
“Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus!”