Estimados irmãos e irmãs!
Como já sabemos no dia 13 de novembro deste ano de 2022 será o Dia Mundial do Pobre criado pelo Papa Francisco, em 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. O Papa enviou uma mensagem com o tema “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (2Cor 8,9). A celebração do Dia do Pobre quer nos lembrar de como podemos cultivar o bem viver. Bem viver não é querer uma vida boa. Precisamos conviver e para conviver, é necessário reconhecer a outra pessoa, valorizá-la e respeitar sua dignidade humana. E isso começa, com a convivência.
A frase dos apóstolos deve ficar como um eco na nossa mente para sensibilizar o nosso coração à caridade: “Não se esqueça dos pobres” (cf. Gl 2,10). Se eu vou para Igreja participar da missa. Se eu comungar. Se eu preparar a uma atividade religiosa e ação de caridade social. Tudo que eu fizer deve ficar na mente: “Não se esqueça dos pobres”. É bom lembrar que Espiritualidade não é simplesmente cumprimentos de atos de cultos; esses têm sentido com a solidariedade para com os pobres. Espiritualidade é viver segundo o Espírito Santo de Deus, que é chamado de Pai dos pobres. Gestos de solidariedade são aqueles que dão sentido à vida. Não precisa resolver nenhuma situação, mas sim dar resposta à sensibilidade humana que partilha situações de vida.
Jesus ensina a partilha, não dividir. Quando se divide, se diminui e se acaba. Quando a gente partilha, se multiplica. Ajudar os pobres significa percepção do sentido da vida, que ultrapassa o individualismo e sensibiliza para humanizar. Jesus não ensinou a violência ou a exclusão. Mais uma vez. Antes de celebrar, antes de pedir perdão, antes de se confessar: “Não se esqueça dos pobres”. Quem é pobre? Não tem?! Não tem casa. Não tem emprego. Não tem comida. Não tem dignidade humana. Não tem inclusão social. Não tem nada.
Na mensagem do Papa Francisco para este ano, podemos resumi-la:
1. Paulo chama à solidariedade. Situação de pandemia e guerra;
2. Pobres são os que mais sofrem com calamidades, migrantes forçados a deixar suas terras, mas os mais pobres ficam;
3. Não se esqueça dos pobres, dizem os apóstolos. Paulo organiza uma coleta para Jerusalém. Nós já o fizemos em nossas celebrações não eram egoístas;
4. Muito se fez já pelos pobres, mas houve esmorecimento. Porém, os pobres continuam precisando de solidariedade;
5. Lá onde houve avanço, ainda há solidariedade dos pobres, que é preciso socorrer;
6. Ação em beneficio dos pobres é mais que benemerência, vem da fé. É graça, a graça de Jesus Cristo;
7. Para os pobres, não servem retóricas. Tem quem canse de ajudar, tem quem se apega ao dinheiro, e isso impede de ver a realidade. Não basta assistencialismo. Ninguém está dispensado da comunhão com os pobres. É preciso justiça social e estabelecimento da igualdade;
8. Há pobreza que enriquece, porque abre à comunhão. Há uma riqueza que empobrece porque fecha no individualismo. A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da violência e da exploração.
Esses oito itens nos ajuda a refletir sobre o nosso estilo de vida e o sentido da vida cristã. Pois, o tema “Jesus Cristo fez-se pobre por vós” (2 Cor 8,9), o apóstolo Paulo dirige aos cristãos de Corinto para fundamentar o seu compromisso de solidariedade para com os irmãos e irmãs necessitados. O Dia Mundial do Pobre é um convite à responsabilidade de buscarmos respostas diante da pobreza de milhões; romper com a lógica da indiferença e insensibilidade que permeia nossa sociedade; percorrer caminho da justiça e da valorização da vida de toda pessoa. Mas, o que podemos fazer de concreto? Ter em mente e no coração: “Não se esqueça dos pobres”.
Pe. Laudeni Ramos Barbosa, CSC