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Quais são as vantagens do silêncio?

Alvaro Real – publicado em 27/11/20

Descubra as riquezas oferecidas por este recurso privilegiado para encontrar a verdade

O Papa Francisco já propôs como intenção de oração o tema do silêncio: “para que os homens e mulheres do nosso tempo, tantas vezes mergulhados num ritmo frenético de vida, redescubram o valor do silêncio e saibam escutar Deus e os irmãos”. Mas para que estar em silêncio? Quais são suas vantagens?

Bento XVI respondeu a estas perguntas em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012. O documento destaca que o silêncio não é ausência de som, mas “parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo”.

No silêncio, nós também escutamos e conhecemos melhor a nós mesmos; nele, “nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos”.

Vantagens do silêncio: ele nos liberta

Da mesma forma, é preciso calar-se, porque assim, segundo explica o papa emérito, “permite-se à outra pessoa que fale e se exprima, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias”.

Bento XVI dá alguns exemplos desta necessidade do silêncio: nele, explica, “se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo, enquanto sinais que manifestam a pessoa”.

Também é no silêncio que “falam a alegria, as preocupações, o sofrimento – que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão”.

Além disso, o silêncio não é uma comunicação simples, mas se torna exigente, porque “faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços”; e permite “discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório”.

O silêncio e Deus

O silêncio permite “a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem”, explicou Bento XVI, mostrando como, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio são espaços privilegiados para reencontrar-se consigo mesmo e com a verdade.

E Deus fala por meio do silêncio: “No silêncio da cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando ‘o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos’ –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade”.

É por isso que Bento XVI defende a contemplação silenciosa, que “faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva”, e dela emerge “aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito”.

Aprender a escutar

A mensagem termina recordando a relação entre palavra e silêncio: “Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização”.

“Silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja, para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo.”

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